Penso que há duas maneiras, uma contrária à outra, de se ver uma mulher:

Podemos, como primeira opção, vê-las como aquelas que saciarão nossos desejos, nossas expectativas ou vontades. Neste caso, é justo concluir que passaremos de uma em outra, julgando que esta não realizou ou saciou isto, enquanto aquela não se adequou àquilo. Desta forma, o homem não terá repouso. Não muito por ter muitos desejos, mas por ter seu coração inquieto. 

Se as vemos, contudo, como segunda opção, como ícones do amor divino, que nos elevam ao céu, somos levados a amá-las não tanto em si mesmas, mas por amar antes a Deus. E, desta forma, visto aquela mulher específica ter-nos elevado ao amor a Deus, único que sacia-nos, estaremos tranquilos segundo aquela sentença que diz: “fizeste-nos para Vós e o nosso coração está inquieto enquanto não repousar em Vós” (Santo Agostinho). 

É desta segunda opção que brotam frases como:

“O preço da fidelidade a uma mulher é pequeno demais diante da honra de se ter uma mulher” (G. K. Chesterton).

Ou,

“O coração da mulher deve estar tão escondido em Deus que o homem deverá antes encontrá-lO para poder a encontrar” (C. S. Lewis).

Ou ainda,

“Queres uma mulher? Mostra primeiro que és homem” (Dom Bosco).

As duas maneiras também se aplicam aos homens: aquela mulher o vê como objeto ou como reflexo do amor de Deus? Afinal, o amor só é possível entre uma pessoa e outra, não entre uma pessoa e um objeto.

De tal modo que julgo que basta que se respondam três perguntas para se saber, com elevado grau de certeza, se um homem ou uma mulher é ou não alguém com quem devamos vir a unir-nos:

– Ele ou ela me levará a amar a Deus de forma mais perfeita?

– Ele ou ela não medirá esforços para me fazer feliz?

– Ele ou ela ama as mesmas coisas que eu e rejeita as mesmas coisas que eu rejeito?

As últimas duas às vezes se demora para saber. Por isso o namoro e o noivado como preparação para o casamento. Já a primeira, eu julgo, deve ser “sim” antes mesmo de namorar.